terça-feira, 18 de junho de 2013

Terça Literária: A Flor e a Náusea


A Flor e a Náusea  Carlos Drummond de Andrade

Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Por fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua! Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros. É feia.
Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. É feia.
Mas é uma flor.
Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

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Beijinhos


sábado, 8 de junho de 2013

Serum para Pentear da Seda

Meu cabelo tem personalidade muuuito forte, e quando ele amanhece de mal de mim, não há quem possa controlar, nem escovinha que dê jeito, ele não aceita nada, e a cada tentativa de domá-lo, só piora a situação.

Nessas ocasiões, eu tento compreender o mau humor do meu cabelo, e uso um Serum para Pentear da Seda:

Este reparador de pontas é maravilhoso, tira o frizz sem deixar o cabelo ensebado. Nessa linha da Seda tem 4 tipos diferentes de reparadores (Serum): Liso Extremo, Clima Resist, Cachos Comportados, e Brilho Gloss. Como não tem nenhum com o nome Super Domador, eu optei pelo Brilho Gloss, por que é Rosa, rsrsr.

Adoro este produto, me ajuda muito nos dias de rebeldia capilar e tem um cheirinho super gostoso e suave.


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Beijinhos

terça-feira, 4 de junho de 2013

Terça Literária: Sentidos

Sentidos   Carolina Salcides

O meio termo já não me satisfaz.
Nem pessoas máximas vazias
Nem as ínfimas cheias de mais.
Se por isso me sentencias
Se não me compreendes mais
Digo-te novamente:
É a essência que busco!
Um coração cheio de gente
E não gente cheia de razão.
Quero a carne o osso, a alma
Quero tudo intensamente.
Quero dessa louca vida calma
Desde o fruto
Até a semente!

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Beijinhos